A Escrava
Maria Firmina dos ReisMaria Firmina dos Reis foi a primeira romancista brasileira e uma das pioneiras da literatura afro-latina. Nasceu no Maranhão, em 1822, de uma união considerada ilegítima, e teve uma infância cheia de desafios. Na vida adulta, foi a primeira mulher aprovada para um concurso público no seu estado natal e, como professora, foi também a criadora da primeira escola mista do Brasil em 1880, um projeto audacioso e escandaloso para a época.
A sua obra dá o tom para a literatura abolicionista que ganharia força aproximadamente uma década depois da publicação de Úrsula (1859), romance fundador da literatura afro-brasileira e primeiro livro publicado por uma pessoa negra no Brasil. Castro Alves só publicaria o poema Navio Negreiro em 1869, e A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, foi publicado em 1875.
É inegável que, nas histórias de Maria Firmina, temos pela primeira vez um romance brasileiro em que africanos escravizados e seus descendentes são percebidos como seres humanos e contam a sua própria história. A Escrava, conto publicado no auge do movimento abolicionista brasileiro, em 1887 na Revista Maranhense, é uma excelente introdução à autora, que por muito tempo ficou esquecida na nossa história.